ao meu irmão Alberto Daflon,filho
Enchente pós-chuva, na pulsante e ávida enchente;
menino, sim, era menino, e quis a travessia.
O rio sem margens, que comia grama, era o rio
barrento da roça de caminho barrento,
onde queria entrar sem saber para ir onde.
Os pés do primo e do irmão – o rio lambia-lhes os pés –;
meus pés buscavam a margem submersa; em meus pés
passos, com água às canelas, continuavam passos.
Surdo aos gritos, de pare! Pare! Pare! Continuava surdo.
Cobra, o rio me hipnotizava, como à rã hipnotiza a cobra.
Redemoinho, a cobra se contraía no redemoinho.
Submerso, caíra enroscado junto à margem do rio submerso.
Corpo sem reação, decidida cobra me apertava o corpo.
Embora, no fundo, no fundo, o rio quisesse me levar embora,
cobra me queria morto, na fome da sua fome de cobra.
Desenroscado o braço, levantei-o do corpo franzino enroscado.
Pelo punho meu irmão arrancou-me do redemoinho.
Na enchente pós-chuva, na pulsante e ávida enchente.
Menino, sim, era menino; e ainda hoje é cedo para travessia.
Querido Fábio!
ResponderExcluirComo sempre, seu trabalho é preciso e belo, Parabéns!
Recebi o livro, obrigado, ficou muito bem acabado! Não li ainda, mas tenho certeza que o conteúdo é ainda melhor!
Só um comentário: achei o fundo vermelho muito agressivo, cansa ler com este fundo!
As fotos tb ficaram muito legais - você de barba está o máximo!
Abração!
Muito agradável a leitura dos seus textos... Foi muito bom saber que vocês existem!
ResponderExcluirEspero passar muitas vezes por aqui
Fico muito feliz em saber que seguem Artes e artes
Um forte abraço
Maria J fortuna
Tentei entrar como seguidora do blog, mas não abriu de jeito algum
ResponderExcluirTentarei mais vezes
Abraço
Maria J Fortuna