Nos umbrais da quimera
Nos umbrais da quimera me contive,
pois pássaro não entra em alçapão
atrás de um pedacinho de pão,
sem ter uma donzela no declive.
E a virgem estava lá a minha espera,
tão pura embora nua e bem tímida,
toquei-a com a mão toda tremida
e fiz da sua barriga uma esfera.
Barriga de lua grávida e púbere:
a tal da gravidez da adolescente,
que terminou em morte prematura.
A mãe que não foi mãe nem me recebe,
embora eu leve sempre um presente,
com minha mão de velho insegura.
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