Em arte tens-me ao seio em ilusão,
ansioso, te possuo imaginário,
desenho-te ao fundo dum cenário,
no qual o amor-perfeito é sem tensão,
mas fere o teu colo arguido
no encaixe d’ambos sexos na cama,
senhor embora servo e tu mucama,
senhora mas humílima e eu querido.
Dois cegos que se tocam no espaço
dos corpos revirados no vazio
do aço em que se faz nossa vontade.
E o amor que no encontro agora faço,
contigo em meu colo cheio de brio,
penetra na lembrança e na saudade.
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